SUPERMAN - ANO UM : FRANK MILLER E JOHN ROMITA JR. ATINGEM O ÁPICE. SÓ QUE DE CABEÇA PRA BAIXO

SUPERMAN - ANO UM : FRANK MILLER E JOHN ROMITA JR. ATINGEM O ÁPICE. SÓ QUE DE CABEÇA PRA BAIXO

por Márcio Jr.

Frank Miller e John Romita Jr. se superaram. Por mais baixas que fossem as expectativas em relação a Superman: Ano Um – enésima e desnecessária recriação do mais icônico e soporífero super-herói –, a multiplatinada dupla foi capaz de entregar uma “obra” ainda pior. Dá para sentir o cheiro de longe.

É como se Miller e Romitinha tivessem chegado ao fundo do poço. E encontrado uma pá. Ou seja, estamos falando de lixo laborioso. Tempo e trabalho consumidos para forjar, meticulosamente, o ponto mais baixo da carreira de ambos. Um feito e tanto.

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TREZE PERGUNTAS PARA RAFA CAMPOS ROCHA

TREZE PERGUNTAS PARA RAFA CAMPOS ROCHA

por Márcio Jr.

Comparações e rankings são invariavelmente uma tolice, mas acho difícil Rafa Campos Rocha não levar para casa o troféu de mais irascível quadrinista brasileiro da atualidade – se o prêmio existisse, claro. Criador da já inconfundível Deus, Essa Gostosa, o sujeito segue destilando sua verve em centenas de páginas de quadrinhos, produzidas num ritmo tão frenético quanto seus ataques ao reacionarismo político através das redes sociais – que, vira-e-mexe, covardemente lhe tiram do ar.

Não se trata de fazer gênero: Rafa é exatamente o que parece. Sou testemunha disso. Certa vez em São Paulo, após uma tarde regada à feijoada e pinga com café, quase nos meteu em três brigas com vizinhos de mesa – aos quais emitia sonoras provocações. O tempo todo. É justamente esta visceralidade, anfetaminada por rara erudição artística e política, que o leitor encontrará na entrevista a seguir – cujo número de questões está longe de ser aleatório. E não se esqueça de conferir Kriança Índia, gibi virtual da editora Guará, sua bola da vez.

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BAIACU: A EXPERIÊNCIA COMO FIM

BAIACU: A EXPERIÊNCIA COMO FIM

por Márcio Jr.

Passados mais de três anos desde seu lançamento, Baiacu ainda aguarda – e merece – um escrutínio mais atencioso, tanto por parte do público quanto da crítica. O impacto esperado de um projeto que novamente reunia Laerte e Angeli acabou não se concretizando. Ao menos não nas proporções imaginadas. Experimentalismo demais? Talvez. Mas é justamente nessa ousadia – beirando a irresponsabilidade – que reside seu inequívoco caráter singular. Ainda há veneno em Baiacu.

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O ORDINÁRIO FANTÁSTICO DE JEFF LEMIRE

O ORDINÁRIO FANTÁSTICO DE JEFF LEMIRE

Gideon Falls, Apanhadores de Sapos e O Ninguém não são obras-primas. Por outro lado, difícil imaginar alguém que não tenha uma leitura minimamente prazerosa com estas HQs – mesmo não sendo leitor assíduo de quadrinhos. Me parecem, inclusive, eficazes portas de entrada para um novo público. Pena que suas luxuosas edições, em capa dura e preço salgado, dificultem tal aproximação. (Não deixam de ser um bom presente.)

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Melhores leituras de 2019 #02 - Márcio Jr.

Melhores leituras de 2019 #02 -  Márcio Jr.

por Márcio Jr.

Sou um sujeito sistemático, metódico, cheio de ritos. A um passo da neurose. A vida me atropela e, ainda assim, tento me equilibrar através de sistemas e jogos mentais. Nem sempre dá certo. Quase nunca.

Com relação aos quadrinhos, anoto numa agenda – mês a mês, em duas colunas distintas – o que comprei e o que li. A desproporção é de três para um. Uma pilha que só aumenta ao longo dos anos. E que demonstra que esta não é, definitivamente, uma relação saudável. Pena que terapia seja (ainda) mais caro que gibi.

Revendo minhas anotações do Ano 1 da Era Bozo, percebo que li menos que nos anos anteriores. As compras também diminuíram (mas a média de três para um manteve-se inabalada – o que não é bom sinal). Mesmos as escolhas de leitura não foram as mais acertadas. Alison Bechdel, Richard McGuire e Emil Ferris seguem, para minha vergonha, aguardando uma confluência (psicopatológica) de astros para serem fruídos com a devida atenção.

De toda e qualquer forma, segue aí minha lista das 13 melhores leituras do ano. Sem hierarquia, óbvio. Por elas, boto a mão no fogo. E por que 13? Não gosto de perder a oportunidade (por mais ínfima que seja) de azucrinar apoiadores do Bozo. Se bem que duvido que algum deles leia a Raio Laser. Ou qualquer outra coisa.

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O Ditador Frankenstein e Outras Histórias de Terror, Tortura e Milicos: Apresentação

O Ditador Frankenstein e Outras Histórias de Terror, Tortura e Milicos: Apresentação

Em um ciclo que durou aproximadamente quatro décadas, mestres como Jayme Cortez, Flavio Colin, Nico Rosso, Mozart Couto e Watson Portela deixaram marcas indeléveis na HQ brasileira. Nesta constelação, Julio Shimamoto é uma das estrelas de maior brilho e, certamente, a mais longeva. Aos 80 anos de idade, Shima segue em franca produção, tendo participado de todos os períodos do quadrinho nacional desde sua estreia, ainda na década de 1950.

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OS SERTÕES E KARDEC: DUAS (RE)ENCARNAÇÕES DE CARLOS FERREIRA E RODRIGO ROSA

OS SERTÕES E KARDEC: DUAS (RE)ENCARNAÇÕES DE CARLOS FERREIRA E RODRIGO ROSA

As editoras lutavam (e seguem lutando) por seu quinhão. Todos estavam interessados em ter algum título selecionado – o que implicava em um sensível aumento da tiragem para atender à compra do governo. O resultado foi um boom de adaptações. Obviamente, efeitos colaterais se fizeram sentir: uma considerável quantidade de picaretagem caça-níquel foi publicada. Graças ao talento da dupla gaúcha Carlos Ferreira (roteiro) e Rodrigo Rosa (desenhos), Os Sertões: A Luta – novela gráfica gestada a partir do seminal livro de Euclides da Cunha – não engrossa este amargo caldo. Muito pelo contrário.

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