SE O BRASIL ACABAR, "DEPOIS QUE O BRASIL ACABOU" ESTARÁ LÁ PARA EXPLICAR TUDO

SE O BRASIL ACABAR, "DEPOIS QUE O BRASIL ACABOU" ESTARÁ LÁ PARA EXPLICAR TUDO

Vira e mexe, me pego pensando besteira. No futuro – se existir futuro, lógico –, como as pessoas saberão o que aconteceu? Com certeza, não será pelas manchetes dos jornais do período. O retrato mais fiel do Brasil da última década está poucas páginas adiante, nas charges e tiras de quadrinhos. Já fiz essa experiência: é ali que está registrado tudo aquilo que eu vi diante dos meus olhos.

João Pinheiro não está nas páginas dos jornais. Deveria. Mas também não é algo tão necessário. Oriundo da quebrada, o sujeito sabe que Wellinton parado vira bolsa de madame. Ou seja, o cara anda jogando seus molotovs de nanquim por todos os cantos: zines, sites, gibis independentes. Guerra de guerrilha, camarada. De modo que Depois que o Brasil acabou – antologia que reúne essas granadas quadrinísticas espalhadas por páginas de baixa tiragem – é um serviço de primeira necessidade que a editora Veneta nos presta.

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OTA: SEMPRE MAD, MAIS QUE MAD

OTA: SEMPRE MAD, MAIS QUE MAD

por Márcio Jr.

Otacílio d’Assunção Barros, o Ota, está indissociavelmente relacionado à revista MAD no Brasil. Foi ele quem trouxe o magazine humorístico para o país, ainda em 1974, pela editora Vecchi. Graças às marcas que imprimiu ao título – como a presença de autores e temas nacionais, além da profunda intimidade com os leitores –, foram décadas de sucesso estrondoso, colhido em diferentes casas editoriais. Ouso afirmar que aqui, mais do que Alfred E. Newman, a cara da revista era o próprio editor-cartunista, encarnado no bonequinho taquigrafado nos histriônicos Relatórios Ota – que faziam disparar as vendas da publicação. Um feito que, por si só, justificaria uma vida. Mas que diante da importância de Ota para a história dos quadrinhos no Brasil, é pouco.

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13 perguntas para Marcello Quintanilha - DESERAMA: O ESPETÁCULO DO DESEJO

13 perguntas para Marcello Quintanilha - DESERAMA: O ESPETÁCULO DO DESEJO

por Márcio Jr.

Mal chegou às livrarias e Escuta, formosa Márcia vem causando alvoroço no mercado brasileiro de HQs. Diversos críticos apontam o novo trabalho de Marcello Quintanilha como um dos destaques do ano – o que não é novidade para o niteroiense radicado em Barcelona há cerca de duas décadas. Antes de Escuta, formosa Márcia, contudo, houve Deserama. Lançado pela Veneta em 2020, trata-se da estreia do quadrinista no campo específico do romance literário. A impressão, até o momento, é que os leitores dos quadrinhos de Quintanilha não aderiram imediatamente a esta nova experiência narrativa. Questão de tempo. Deserama guarda toda a pujança, labor e pretensão típicas do autor. Recomendo fortemente a leitura – do romance e da entrevista que segue abaixo.

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13 PERGUNTAS PARA BATISTA

13 PERGUNTAS PARA BATISTA

por Márcio Jr.

Se no longínquo Brasil pré-pandêmico você era frequentador de feiras de quadrinhos, com certeza passou pela mesa de Marcos Batista. E se você já fez parte dos circuitos mais underground do rock, as chances de ter visto o mesmo Batista num palco não são nada remotas. Agora, se o seu lance é cartum na internet, a possibilidade de desconhecer o sujeito é virtualmente nula. A boa nova é que Batista acaba de lançar seu primeiro livro-solo: O que conto quando conto uma piada. Com curadoria do onipresente Diego Gerlach e design classudo do craque Stêvz, a compilação de mais de 200 tiras e cartuns é um convite ao riso. Duvido que consiga segurá-lo. Dá-lhe, Batista!

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13 PERGUNTAS PARA SAMA

13 PERGUNTAS PARA SAMA

por Márcio Jr.

Os caminhos do hype são tortuosos. Melhor ignorá-los. (Os dois: o hype e seus caminhos.) Eduardo Filipe, o Sama, é um quadrinista manjado. Mas isso é pouco. Merece ser mais conhecido. MONDO SAMA, antologia de HQs do brasileiro radicado em Portugal, é a porta de entrada ideal para o imaginário do sujeito. Lançado em 2018 pela Noir – editora do insubstituível Gonçalo Jr. –, o livrão é coisa fina: papel especial em alta gramatura, impressão em duas cores, acabamento caprichado. Mas o que vale é mesmo o recheio: contos curtos, violentos e virulentos, transbordantes de sexo, suor e sangue. Vou parar por aqui. Ao contrário da brevidade cirúrgica de seus quadrinhos, SAMA fala pra cacete. Ainda bem que o papo é bom, como vocês verão na entrevista a seguir. (MJR)

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A CRIANÇA DOS OVOS DE OURO DE RAFAEL GRAMPÁ

A CRIANÇA DOS OVOS DE OURO DE RAFAEL GRAMPÁ

por Márcio Jr.

Aconteceu de novo. Sou presa fácil. O legítimo pato. Ouço o nome Frank Miller e quero ver o que está acontecendo – mesmo sem motivos plausíveis para isso.

Cavaleiro das Trevas: A Criança Dourada é exceção. Existe um motivo ao menos razoável para conferir a nova investida do tio Frank no universo do Batman. Um motivo brasileiro, inclusive: Rafael Grampá.

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13 PERGUNTAS PARA GALVÃO BERTAZZI

13 PERGUNTAS PARA GALVÃO BERTAZZI

Há mais de duas décadas, Galvão Bertazzi esfrega na cara de todo mundo – em jornais ou na internet – quão besta a vida é. Ácido até a medula, o roqueiro que se criou em Goiânia e partiu pra Floripa tem sido um dos mais consistentes autores de tiras do Brasil. Tanto que durante o período em que a deusa-maior Laerte ficou afastada da Folha devido à Covid 19, foi Galvão o autor escalado para substituí-la. Passou no teste com louvor. Nessa entrevista ele relata a experiência e fala ainda de HQs longas, empreitadas editoriais, mercado, artes plásticas e desenhos animados. Assunto não falta pro sujeito. (Márcio Jr.)

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