Chico e Rita: do Cubop ao Oscar
/
por Eiliko Flores
Esse lado mais “cru” do desenho
de Mariscal na HQ harmoniza bem com a atmosfera da história: em uma Havana
pré-revolução (1959), dois músicos, um pianista e uma cantora, iniciam uma
relação simultaneamente amorosa e profissional. Sonham com a fama em Nova York , onde o jazz
de figuras como Charlie Parker e Thelonious Monk chegava ao auge, e a música
cubana (o “cubop”) ganhava espaço.
Chico e Rita é uma história de amor, sonhos e música. A
representação da ensolarada Havana e de uma Nova York fria e escura é precisa, bem
como a dos personagens que as habitam, muito bem construídos. Os diálogos
aproveitam o forte espanhol dos cubanos, e a coloração da HQ ressalta “com
mucho gusto” a belíssima tonalidade de sua pele.
Contradições históricas dos dois
países, e que não reduzem as obras (nem a HQ e nem a animação) quando abordadas
por Fernando Trueba e Javier Mariscal: deixam-nas mais interessantes.