DIA DO QUADRINHO NACIONAL EM BRASÍLIA
/Evento na Oto Livraria (302 Norte) reúne quadrinistas do DF em 27 de janeiro
Read MoreEvento na Oto Livraria (302 Norte) reúne quadrinistas do DF em 27 de janeiro
Read Morepor Pedro Brandt
A nova gibiteca do Espaço Cultural Renato Russo tem aproximadamente 23 mil títulos, entre quadrinhos de super-heróis, mangás, HQs infantis, periódicos e, em quantidade bem menor, graphic novels. Raimundo Lima Neto pintou um belo mural no local, e telas assinadas pelo veterano Jô Oliveira, anteriormente parte da decoração da desistalada gibiteca da Biblioteca Demonstrativa, agora também estão lá. Só posso desejar, depois de tantos anos desmontada, que a gibiteca recupere esse tempo perdido e que encante novos frequentadores como encantou a mim na adolescência – e que a sua existência, mais uma vez, incentive novas realizações artísticas e culturais e iniciativas empreendedoras.
Read Morepor Pedro Brandt
Atendendo a um convite da revista Plaf, escrevi um perfil sobre o desenhista José Márcio Nicolosi, veterano funcionário da Mauricio de Sousa Produções, hoje atuando como diretor de muitos dos projetos de animação da empresa, mas, entre meados da década de 1970 e o comecinho dos anos 1980, um dos mais destacados artistas – para alguns, o melhor – a ilustrar os personagens da Turma da Mônica.
Usei o pretexto do artigo para a revista para conhecer melhor o Nicolosi (Zé Márcio para os íntimos), que gentilmente respondeu a 30 perguntas por e-mail, em agosto de 2019, que utilizei como base para o meu texto – e que, aliás, foi publicado na edição 4 da Plaf, lançada em abril de 2020. Passado um ano da publicação do meu texto na edição impressa da revista, retiro essa entrevista da gaveta na expectativa de que ela encontre muito mais fãs do Nicolosi por aí. Atentem que, em alguns casos do que você lerá abaixo, duas perguntas são respondidas na mesma resposta.
Paulistano, nascido em 6 de novembro de 1958, o desenhista está na ativa profissionalmente desde 1974. Talvez você reconheça seu traço do antigo gibi do Pelezinho, da paródia Cascão Porker (sua volta aos quadrinhos MSP, depois de década afastado), da adaptação em livro ilustrado (estrelando Cebolinha e o próprio Mauricio) de O Pequeno Príncipe, ou ainda dos dois álbuns de sua série autoral Fetichast (lançados em 1991 e 2007). Mas, se você teve sorte, conheceu o traço de José Márcio Nicolosi lendo os gibis do Cebolinha, no final dos anos 1970, quando, indiscutivelmente, as HQs mais bem desenhadas da turminha foram produzidas.
Read MoreHá exatos 60 anos, em 21 de abril de 1960, Brasília era inaugurada como a nova capital do Brasil. Além do impacto no país, por razões óbvias, o acontecimento foi notícia na imprensa internacional, que relatou, com assombro e otimismo, a novíssima cidade brasileira. Filmagens, fotografias e outros registros da época ainda impressionam ao mostrar o que parece uma maquete de prédios de arquitetura modernista no meio do deserto – um deserto, aliás, de terra vermelha, que as fotos em preto e branco não conseguiam mostrar.
Muitas outras fotos, tanto da construção de Brasília quanto de seu cotidiano nos primeiros anos, revelam – ou ao menos insinuam – o vazio e a amplitude monumental da cidade – ainda em obras, muito tempo depois da inauguração. Se vistas hoje essas imagens impressionam, imagine o efeito há seis décadas. Especialmente naqueles tempos, Brasília causava estranhamento, fascínio e uma inegável associação com localidades antes apenas vistas ou imaginadas em obras de ficção. E, especificamente, de ficção científica. Esse imaginário sobre a cidade, muitas vezes fantasioso e focado principalmente nas edificações criadas por Oscar Niemeyer, não demorou para reverberar na cultura pop. E não seria diferente nas histórias em quadrinhos.
Ao longo de anos, fui juntando alguns quadrinhos com menções a Brasília, em especial aqueles que criaram algo a partir do imaginário futurista da cidade, mais do que retratá-la como mero cartão postal ou como a cidade onde moram e (aspas opcionais) trabalha parte dos políticos brasileiros. O que vem a seguir não se pretende como uma lista definitiva ou completa das aparições da capital do Brasil em histórias em quadrinhos. Optei por um recorte que passeia pelo inusitado e pitoresco, com algo de histórico e, acima de tudo, para encher os olhos, coisa bonita de ser ver. Como eu acho que Brasília é – e, gostaria de acreditar, os autores aqui relacionados também acharam quando produziram esses quadrinhos.
Este post é também uma homenagem às seis décadas da nova capital. Um aniversário sem festa durante a quarentena, mas que não poderia passar em branco na Raio Laser.
Read MoreLembro quando, em 1997 ou 1998, conheci o Gabriel Góes na aula de desenho do saudoso professor Marel, no Espaço Cultural Renato Russo, mais conhecido na época apenas como “508 Sul”. Ele chegou com uma pasta cheia de desenhos e eu e os outros alunos ficamos embasbacados com o que vimos. Naquele momento, tive a certeza de que Gabriel seria um desenhista profissional – o que se confirmou alguns anos depois. Os desenhos dele, desde a adolescência, se distinguiam por uma identidade muito marcante, pela maneira como ele conseguia absorver influências diversas dos quadrinhos e da cultura pop e devolver tudo aquilo com uma cara inegavelmente própria, imediatamente reconhecível como sendo dele.
E acompanhando o trabalho do Gabriel ao longo do tempo, pude perceber como o desenho dele está em constante mutação, sempre apresentando algo de novo em seu traço, seja para ilustrar algo delicado ou tosco, grosseiro ou refinado – muitas vezes, tudo isso ao mesmo tempo.
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