GESTO QUE LÊ DESVENDANDO OBJETO: METALINGUAGEM NOS QUADRINHOS EM TRÊS MOMENTOS

GESTO QUE LÊ DESVENDANDO OBJETO: METALINGUAGEM NOS QUADRINHOS EM TRÊS MOMENTOS

por Lima Neto

A palavra “meta” nunca esteve tão popular. Posso estar enganado, lógico. Mas é fato que consumidores de cultura (ou de conteúdo, dependendo do seu nível de assepsia) estão tão familiarizados com o termo “meta” que este já se tornou praticamente uma gíria. Nenhum problema com isso. Na verdade, para este que está lhes escrevendo, a metalinguagem sempre foi um fenômeno fantástico, quase místico, e poder vê-la assim tão pedestre e disponível é um sinal positivo. Sinal de que, de uma forma ou de outra, as pessoas estão pensando sobre o que consomem. Mesmo na forma de um filme do Deadpool, um episódio de Rick e Morty ou Fleabag, a presença até mesmo da metalinguagem mais domesticada implica em uma obra que está pensando a si mesma. É essa ilusão de autonomia da obra que me assombra e seduz, e os quadrinhos são mestres no uso desse recurso desde seus primeiros passos. Mas esse texto não vai resgatar essa história. Vamos por outro caminho.

Talvez compreender o termo “meta” para além da gíria - e com certeza para além do Zuckerberg – ajude a achar uma forma de ser mais ciente de si dentro desse salão de espelhos que é nosso presente.

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LASERCAST #34 – Almanacão de Férias Raio Laser

LASERCAST #34 – Almanacão de Férias Raio Laser

A equipe Raio propõe uma leitura livre e bem aplicada (com toda a expertise de sempre) de suas melhores leituras durante o nosso período de recesso. Sem embromação, são analisados: “Escuta, Formosa Márcia” (Marcello Quintanilha, Editora Veneta), “Hokusai” (Shôtarô Ishinomori, Editora Pipoca e Nanquim), “Heavy Liquid” (Paul Pope, Editora Mino), “Djelyia” (Juni Ba, Editora Skript), “Green River Killer” (Jeff Jensen, Editora Darkside), "Aventuras do Anjo - Edição de Artista" (Flavio Colin e Álvaro Aguiar, Editora Figura), entre outros!

Participam do debate: Lima Neto, Bruno Porto e Márcio Jr.

Edição: Eder Freire

Disponível em: SPOTIFY, APPLE PODCASTS, GOOGLE PODCASTS, CASTBOX, ANCHOR, BREAKER, RADIOPUBLIC, POCKET CASTS, OVERCAST, DEEZER

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Hokusai inventou o mangá?

Hokusai inventou o mangá?

Antes de propriamente retomar o intenso trabalho que será reformular a nossa querida Raio Laser em 2015, cabe um post que retome um pouco a origem dos quadrinhos. Quero dizer: que busque mais um mito de origem para os quadrinhos do que qualquer outra coisa. Trilhar um caminho vetorial e teleológico para a História nunca é uma opção muito legal, já que tendemos a condensar o mundo numa visão seletiva (logo, impositiva) e simplista, perdendo tudo o que ocorre ao redor (justamente o que há de mais interessante). Porém, um exercício de fantasia histórica não vai nos fazer mal. Há mais, de tudo que envolve nosso hábito de ler quadrinhos em 2015, no imaginário japonês do séc. XIX, do que talvez se costume considerar. Vamos dissecar isso um pouco .

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